Intersemiótica, semântica e polissemia em A morte e a morte de Quincas Berro d'Água
Resumo
O presente trabalho objetiva identificar e compreender a intersemiótica (por meio da tradução), a semântica e a polissemia existentes nas obras A morte e a morte de Quincas Berro d’Água e Quincas Berro d’Água: a primeira, um romance escrito por Jorge Amado, lançado em 1959; a segunda se refere à sua adaptação audiovisual, dirigida pelo cineasta baiano Sérgio Machado, no ano de 2010. Tem-se, assim, além de um aspecto intertextual, a intenção de uma abordagem subversiva dos significados do vocábulo polissêmico selecionado, dentro da concepção intersemiótica. Neste tipo de tradução, também conhecida como transmutação, quando há a passagem da linguagem verbal para a não verbal (no caso estudado, de um livro para um filme), é possível entender o processo tradutório de modo mais amplo, aberto a interpretações, apoiado nas possibilidades existentes ao tradutor – concepção entendida, defendida e difundida por teóricos como Jacques Derrida, Stanley Fish e Walter Benjamin, por meio da escola desconstrutivista, em oposição aos ideais logocentristas.
Referências
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