Amazônia e narrativa:

reflexões sobre o protagonismo da mulher velha em dois contos orais da matintaperera

Autores

  • Andressa de Jesus Araújo Ramos Universidade Federal do Pará - UFPA
  • Rubenil da Silva Oliveira Universidade Federal do Maranhão - UFMA
  • Maria do Perpétuo Socorro Galvão Simões Universidade Federal do Pará - UFPA

Palavras-chave:

Amazônia, Narrativa, IFNOPAP, Matintaperera

Resumo

De acordo com Zimerman (2007), no mundo todo, à medida que os anos sucedem, aumenta o número de velhos. Além do aumento da expectativa de vida, existe também o fenômeno da feminização ou a feminilização da velhice, que consiste no fato de existiram mais mulheres com 60 anos de idade do que homens. Contudo, apesar de o número de mulheres ser superior ao de homens, elas experimentam, de acordo com Debert (1994), uma situação de dupla vulnerabilidade com o peso somado de dois tipos de discriminação: o de ser mulher e o de ser velha. Nesse sentido, o objetivo geral é refletir sobre a representação da velhice feminina em duas narrativas orais da Matintaperera, recolhidas pelo “O Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense” (IFNOPAP).

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Publicado

15.05.2022

Edição

Seção

ST: Dossiê - Histórias, culturas e linguagens amazônicas