Chamada aberta para envio de artigos: Dossiê – Leitura e escrita nos espaços escolar e universitário

13.07.2023

Revista Científica Sigma (ISSN 1980-0207), mantida pelo Instituto de Ensino Superior do Amapá (IESAP), disponível em: https://iesap.edu.br/ojs/index.php/sigma, convida a comunidade acadêmica a submeter artigo para eventual publicação mediante chamada de Dossiê intitulado Leitura e escrita nos espaços escolar e universitário, em edição coorganizada pela Profª. Drª. Márcia Denise da Rocha Collinge (IFPA), ao lado da Profª. Drª. Milena Fernandes Gomes Pinto (UFPE) e do Prof. Dr. Thiago Azevedo Sá de Oliveira (IESAP). Destaca-se ainda o recebimento de texto de temática livre, a compor seção vária que integrará o referido número.

Em face do cenário educacional brasileiro, tem-se que a tarefa de desenvolver habilidades de leitura e escrita, tanto nos anos iniciais, nos anos finais do ensino fundamental, assim como nas séries do ensino médio até a formação superior, consiste em processo complexo e, também, bastante valioso, já que, por meio dessas habilidades, compreende-se a realidade na qual o indivíduo está inserido enquanto sujeito crítico, levantando aspectos inerentes à dinâmica social, cultural, política e histórica acerca do mundo do qual é parte e agente de mudança.

Em contrapartida, ensinar tais habilidades nem sempre tem sido uma tarefa fácil, visto que, em pleno século XXI, a escola, instituição a qual cabe a primeira formação, continua gerando o fracasso de crianças e adolescentes que não conseguem aprender a ler, escrever e interpretar texto no tempo destinado para tal fim. Dados extraídos de pesquisa denominada Alfabetiza Brasil, relativos ao ano de 2021, apresentados pelo MEC, em evento que contou com a presença do atual ministro da Educação, Camilo Santana, apontaram que 56,4% das crianças brasileiras não foram sequer alfabetizadas.

Ao se refletir socioculturalmente acerca da leitura e da escrita no Brasil, urge a necessidade de avanço no domínio dessas habilidades no mundo letrado hodierno. A partir de uma visão dialética das perspectivas dialógica, humanista e sociointeracionista voltadas ao processo de ensino aprendizagem de línguas e literaturas, é vital considerarmos ler e escrever como processos complexos, enriquecedores de sentidos e fortalecedores de significados que nos permitem melhor atuar, compreender e comunicar no mundo moderno. Nesse sentido, são preocupantes os índices apresentados pelo Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), em sua última edição da série histórica de 17 anos, que revelou, em 2018, que 8% da população brasileira é, entre avanços e regressos, analfabeta, contrapondo-se à 12% de alfabetizados em nível proficiente. Apesar do nível de analfabetismo reduzir nas últimas décadas devido à obrigatoriedade e à inclusão no sistema escolar, 22% dos brasileiros são considerados analfabetos funcionais, com nível de leitura e escrita rudimentares, sendo que desses, quase metade (49%) chegou ao Ensino Médio e 13% ao Ensino Superior, revelando em percentual que responde pela imperícia de leitura e escrita dos estudantes universitários também a ineficácia dos centros de formação acadêmica e/ou ´técnica.

Evidenciam-se, portanto, falhas históricas no processo de educação no nosso país que precisam tomar a cena em debates sociais, culturais, políticos, econômicos, cognitivos, linguísticos e literários para fomentar o engajamento de educadores e pesquisadores, perpassando por metodologias, estímulos, iniciativas, pesquisas e políticas públicas com potencial aprimorador nas áreas de educação e cultura. Do prazer no deciframento dos códigos linguísticos e do desvelar de sentidos literários pela leitura ao encantamento nos atos, práticas, métodos, técnicas e tecnologias de escrita que precisam ser incentivados nos âmbitos escolares e acadêmicos, observamos que o poder de transformação reside também nos mais diferentes espaços da sociedade que precisam ser pensados para a promoção do ensino-aprendizagem, de modo a impactar e inspirar positivamente as práticas de leitura e escrita de formas críticas, criativas e reflexivas.

Ante o exposto, serão aceitos artigos inéditos nas seguintes línguas: portuguesa, inglesa, espanhola e francesa, os quais serão submetidos à avaliação por meio do sistema de revisão por pares, sendo mantido o anonimato dos revisores e do(s) autor(es). O resultado será acompanhado, de forma exclusiva, mediante acesso do(a) autor(a) ao site da Revista.

 

Prazo para recebimento dos manuscritos: 15 de outubro de 2023.

Previsão para publicação do número: 31 de dezembro de 2023.

 

Organizadores

Profª. Drª. Márcia Denise da Rocha Collinge (IFPA)

Profª. Drª. Milena Fernandes Gomes Pinto (UFPE)

Prof. Dr. Thiago Azevedo Sá de Oliveira (IESAP)